terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A COPA DO MUNDO

Inicialmente falar de Copa do Mundo me vem às perguntas: A quem é direcionado esse evento? A Copa do Mundo é do Mundo e de todos os que nele vivem ou apenas de alguns? Quem é os mais beneficiados pelo evento esportivo?
Quando um País é escolhido para sediar um Evento de tal magnitude, todos os focos são direcionados a este, “todos” os investimentos de destinados a este. A construção de Estádios se faz necessário, o investimento na reestruturação do transporte terrestre, viário, aéreo, ferroviário são os mais requeridos para que haja uma “excelente” recepção por aqueles que irão visitar tal País. Investimentos nos Aeroportos, Portos, Rodoviárias, Hospitais, são grandes alvos de direcionamento de verbas para tal processo.
É claro que compreendo e sou a favor de todo esse investimento, pois entendo a importância destes para todo um futuro promissor que terá ou não esse local sede. Mas onde fica realmente a preocupação com a massa, o povo que sofre com desumanização nas favelas, nas roças, nos campos, nos pequenos interiores longínquos dos centros escolhidos, no caso do Brasil, da verdadeira Copa do Mundo que traz junto todos aqueles grandes investimentos? Acredito que a preocupação é muito maior com aqueles que vão vim do que aqueles que são brasileiros. Acredito que o investimento está muito mais voltado a favorecer o marketing das grandes marcas, das grandes empresas, do que aumentar a qualidade de vida dos muitos cidadãos.
A Copa do Mundo deveria ser do mundo, do povo, das pessoas, dos seres, dos homens e mulheres que moram no País. Digo que não é, pois o que vejo é uma monopolização de investimento, de “poder”, de lucro, de importância. Nossa como fico feliz em ver Hospitais recebendo investimentos, Hospitais sendo ampliados. Fico imaginando, no caso do Brasil, esses médicos sendo contratados apenas no período que corresponde o Evento. Volto-me a perguntar qual será a preocupação em realmente estruturar a área da saúde e deixar para a posterioridade, para a população uma rede completa que supra a necessidade de todos? O que vejo é “ricos e poderosos” ficando cada vez mais “ricos e poderosos” e pobres cada vez mais esquecidos.
Falando um pouco sobre Manaus, será que foi mais viável a demolição de uma Arena Esportiva, antes chamada de Vivaldo Lima, conhecida por todos, amadas por muitos, querida por boa parte da cidade - não falo apenas de questões financeiras, mas ligação emocional, sentimental e cultural do antigo Estádio? Compreendo que o Amazonas não é um grande centro do futebol no Brasil, mas sei que têm muitos amantes da pratica e deseja está dentro desses centros. Será que não haveria outra sugestão, outro projeto que realmente evidenciasse a preocupação com os habitantes da cidade e não apenas a preocupação e agradar as grandes marcas, os “grandes olhos”?

Por fim quero dizer que a copa do mundo é sim a Copa do Mundo, pois são Seleções de diversas partes do Mundo, mas não de todos, dos povos, dos cidadãos, pois o que vejo não é a valorização do povo, do ser que vive e precisa do amparo do Governo, dos investimentos para que tenha uma Qualidade de Vida tanto querida por todos. Sei que um dia essa valorização haverá, mas gostaria de ver a Copa do Mundo, que é um evento tão respeitado e assistido por muitos, trazer realmente consigo essa preocupação e não apenas a valorização dos grandes empresários que desejam apenas se favorecer dos lucros.

O FUTEBOL NO AMAZONAS

Sabe-se que existem clubes de futebol no Amazonas, clubes que no passado tiveram seus dias de glória e brilharam no contexto do futebol profissional a nível nacional. Clubes tradicionais como: Nacional, Rio Negro, São Raimundo, Fast, América... Times que deixaram no coração do bom amazonense as lembranças de conquistas e vitórias, mas com o passar do tempo foram perdendo espaço, principalmente no novo torcedor, ou seja, a geração atual.
Muito se deu pela influência maciça da mídia, a qual prega a imagem dos times das regiões Sul e Sudeste do Brasil, tidos como grandes times (melhores do País) e regiões que são encaradas como únicas potências em tal modalidade.
Falando de mídia logo vem à mente a falta de gerenciamento, apoio e patrocínio aos Clubes do Amazonas, ficando esquecidos, isolados, dependendo de poucos para o seu funcionamento. Sabe-se que tal apoio é fundamental para que haja a estruturação e o desenvolvimento de um trabalho que possibilitará a esses Clubes atingir grandes patamares.
E pela parte dos Clubes, pode-se pensar que houve uma acomodação e o isolamento de seus idealizadores. Acomodação em não desejar galgar sempre grandes conquistas e ficar sempre presente, mesmo com dificuldades, no cenário nacional como outros times de outras Regiões do País. Isolamento, pois se percebe que não houve um trabalho contínuo e de proliferação da ideologia que cerca a estrutura do Clube, se vê que a diretoria foi atingindo idade com o passar dos anos e que não houve uma substituição por outros cidadãos apitos e firmados com a ideia chave e central que é à base da existência de um Clube.
O Amazonas é repleto de bons jogadores, jogadores que tem a capacidade de se igualar aos “grandes” do futebol, são meninos, adolescentes, jovens encontrados em campos de terra batida por todo o Estado, mas que não tem a oportunidade de mostrar o seu talento. São pessoas simples que participam apenas de competições amadoras ou até mesmo representando a sua empresa, bairro, fábrica (no polo de Manaus), mas que não passarão dali serão sempre “imperceptíveis”.

Contudo é importante dizer que basta haver um compromisso, não egoísta ou egocêntrico, com o seu Clube e com o apoio do Governo do Estado em elevar o Futebol do Amazonas aos “grandes” centros. Sugere-se uma renovação de administradores, um investimento na estrutura geral dos Clubes, investimentos em bons jogadores locais, mas acima de tudo a RESPONSABILIDADE ÉTICA com o Amazonas, pois o torcedor local, o cidadão que ama e aqueles que serão contagiados, merecem ter um Time do seu Estado em evidência no Futebol Brasileiro.