No
feixe de luz que adentra o quarto a altas horas da noite, nesse momento em que
me ponho a escrever, sentado a beira da porta do banheiro, com ela entre aberta
para aproveitar a luz de seu interior, nas mãos caneta e papel postos sobre a
pequena mesa. Fico sentido em meu ser o grande incomodo, que me diz que a vida
não pode apenas passar, eu não posso deixar ela apenas passar, não posso ser
sempre aquele “menino desinformado”, “menino desprezível”, “menino medíocre”.
Quero
sentir o esplendor do conhecimento adentrando em meus pulmões, quero sentir as
informações correndo em minhas veias, quero ver meu cérebro realizando sinapses
com explicações e descobertas, sentir meu coração pulsar com a sabedoria.
Começo
a achar que as coisas não são pra mim. Quanta falta me faz um conhecimento,
quanta falta me faz a inserção de uma informação adequada em meu pensamento. A sensação
de um vazio em minha mente me consome, não digo vazio de sentimento, vazio de
amor verdadeiro, mas de ter a capacidade de conseguir a explicação para os
fatos, a explicação para a história, a explicação para a leitura, para a
conversa, para a experiência, para a ideia, para os dias...
Carrego
apenas a vontade enorme de saber mais, de ir mais a fundo, de compreender mais,
de “ver” mais. São “sabores” desconhecidos, “culturas” ocultas, posições
incompreendidas, pensamentos variados a serem descobertos. Trago o desejo de
participar ativamente na realização da sociedade, participar de sua construção
e reconstrução. Trago a vontade de não ser mais um que apenas nasce, cresce e
morre.
Também
não desejo o reconhecimento, não desejo ser visto, de ser notado, objetivo esse
tão medíocre, esse não é a minha intenção. Quero fazer polis, ser cidadão e cumprir com os meus deveres, quero existir na
história e fazer parte da história.
Na vida e com os dias me incomodam;
Horas de pensamento apenas me mostram;
O quanto és soberana.
Sinto-me velho e desinformado;
Idade na qual poderia saber bem mais;
Desse jeito me sinto torturado;
Pela existência que se torna
perspicaz.
Pouco do muito absorvi;
Quase nada na verdade eu sei;
Só sei que eu acordei;
Na vida e para as escolhas que farei.
Pobre jovem pequeno desprezado;
Ignorado, esquecido e criticado;
À leitura ei de me dedicar;
Afim de o conhecimento chegar.
Compromisso e dedicação são as
escolhas;
Da mente e a vontade que me consomem;
Com isso obter “ferrolhas”;
Que me farão crescer como homem.