segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O QUE NOS UNI?

Fim de semana eu fui ao encontro de algumas pessoas, em uma reunião, as quais eu posso denomina-las de amigos, pois são pessoas que sempre me auxiliaram a fazer escolhas corretas, escolhas que me fazem usufruir, por suas consequências, de resultados favoráveis para minha vida.
São pessoas de características diferentes as minhas, que naquele momento me fizeram refletir sobre o que me uni a elas. Não é o assunto, pois seus assuntos não são os quais estou habituado; não são as igualdades e nem as amizades adquiridas há longo prazo, pois até alguns anos atrás eu nem sabia da existência dos mesmos; não é o gosto pelas mesmas atividades; não é a semelhança social; não é o vínculo parentesco; não é o mesmo gosto por música; por leitura; por divertimento; mas afinal o que me uni a elas e me fez sair de casa e ir ao encontro desses amigos?
Ainda querendo descobri o que nos uni, comecei a investigar a característica daquelas pessoas. Descobri que um gosta de falar de música, gosta de inglês, gosta de matemática e tem sonhos audaciosos, sendo esse o assunto que eu deveria abordar. Descobri que outro gosta de bola, está meio parado, mas gosta da prática, gosta de falar sobre as pessoas que as quais eu conheço, gosta de falar, às vezes, umas maluquices e gosta de um estilo um pouco “arretado”. Descobri que outro e mais “panqueiro”, às vezes acha que quando falamos de alguma de sua diferença já estamos julgando, assunto então que devo ter o cuidado de falar.
Estão ali naquele lugar muitas pessoas e a maioria fala o mesmo assunto, gosta das mesmas coisas, participam das mesmas brincadeiras. Nesse observar, vi que muitos querem assumir um estilo diferente, querem ter uma característica própria, percebi que seria algo interessante pra comentar com cada um, na tentativa de me aproximar.
Nesse caminhar, a pergunta sempre continuava: “O que me uni a essas pessoas”? São tão diferentes e tão iguais entre si. Por que estou aqui?
Ainda olhando, percebi que sou bem vindo, faço parte, de alguma forma, daquele povo, faço parte daquela reunião, mas até então sem compreender o porquê de eu me sentir bem ali com eles e mesmo assim me sentir distante deles.
Será que sou só eu que me sinto assim? Será que sou só eu que me sinto “fora”?
Prossigo conversando, analisando, observando, “fazendo parte”, mas é tão superficial, é tão disfarçado. Nesse momento surge outra pergunta: “Se não sou só eu que me sinto assim, por que as pessoas se reúnem aqui, o que as uni umas as outras”?
Começo a lembrar dos amigos que tenho há mais tempo, amigos que conheço desde a infância. Amigos que um gesto explica muito, uma palavra diz um texto, uma expressão evidencia todo um contexto de determinado momento. Lembro que nos damos dão bem, que nos entendemos, que nos conhecemos, que sabemos das nossas qualidades, de nossos defeitos, mas tudo bem, nem ligamos mesmo. Sabemos dos nossos gostos, dos nossos “amores”, das nossas feridas. Sabemos como fomos criados, o que gostávamos quando éramos crianças, os apelidos que tínhamos, brincávamos na mesma rua, eu saia com seus pais e ele com os meus.
Mas em tudo isso eu paro novamente e volto a simples pergunta: “O que eu vim fazer aqui, o que me uni a essas pessoas, por que estou aqui”?
Começo a entender que eu não fui ali por que queria encontrar uma conversa entre amigos, não queria dizer sobre as dificuldades que tenho passado, não queria, falar sobre matemática, sobre futebol, não queria falar sobre a diferença de um ou de outro, não queria saber que ele ou ela poderia está namorando, na verdade o que mais queria saber é como eles têm se superado a cada dificuldade, mas isso não era o motivo principal.
Eu estava ali por que acreditamos em uma coisa em comum, apenas uma coisa que é bastante o suficiente para me unir aquele povo naquela reunião, uma coisa que me levou a passar aquele momento de comunhão e solidão.
Descobri então que fui ali por que Deus é quem nos uniu. Por que Deus planejou aquele momento. Descobri, que mesmo sendo diferente uns dos outros, acreditamos em um Ser Superior que morreu pra dá a vida por muitos.
Descobri que a resposta para minha pergunta é: “Deus”.