O fato de
querer sempre usar a minha mente para tentar chegar a uma conclusão,
interpretação, analise sobre qualquer coisa, me faz passar horas pensando em
diferentes temas, não que já não compreenda a inteireza de alguns ou que não
queira aceitar a de outros, a questão maior é querer interagir de forma eficaz
com as coisas ao meu redor, querer entender a essência das coisas, mesmo que
seja impossível, querer saber os porquês de um fato, de uma cultura, de uma
tradição..., em fim, o último pensamento em questão é sobre a perfeição de
Deus, questiono-me: Ele é perfeito? O quanto? Seus projetos são perfeitos? Sua
maior criação, o homem, foi uma criação perfeita?
É verdade
que muitas teorias vagam pelo planeta, teorias meramente humanas que se tornam “filosofias vãs e enganosas” (Cl 2.8),
capazes de levar vários seres humanos a embasarem seus pensamentos e verdades,
não estou aqui tentando implantar mais um, longe disso. Acredito na Verdade da
Bíblia e até acredito na Bíblia como revelação da Verdade de Deus, sei que ela “é escrita por homens inspirados por Deus”
(1Pe 1.20), nem por isso conforto o meu pensamento na paralisia angustiante de
ser apenas seguidor do que os outros já sabem, busco descobrir sobre a Verdade
com o dono da Verdade, pois apego-me firmemente na certeza de que o “véu foi rasgado” (Mt 27.51) dando a mim livre a acesso ao Pai
através de Cristo, possibilitando-me ser seu aprendiz diretamente (Lc 12.12, Sl
119.33-34) através de seu “Espirito que
nos dar entendimento” (Jo 14.26).
Não estou
dizendo que o que sei é a verdade e que todos devem adotar ou acreditar, apenas
irei pontuar algumas questões para reflexão se assim desejarem, mas se se
consideram donos do saber ou tem a convicção do que aprenderam é a verdade
universal, peço que nem prossiga com a leitura. “Sei que o conhecimento traz orgulho e o amor edifica. Quem pensa
conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria, mas quem ama a Deus,
este é conhecido por Deus”.
Lembro-me,
nesse ponto, da Teoria de Platão ilustrado no desenho da “Caverna de Platão”, onde ele dizia: imaginem que desde seu
nascimento até sua morte você vive em uma caverna onde seus braços e pernas
estão presos em correntes. Você está de costas para a saída e atrás de você
existe uma pequena parede, atrás dessa parede existe uma fogueira e outras
pessoas fazem com as mãos, ou com outro material, sobras com forma de desenhos,
essas sombras serão vista por você na parede do fundo da caverna, que está a
sua frente. Aquilo para você é a vida, mas um dia um homem decide fugir da
caverna e olhar o que está atrás da parede, ou seja, fora da caverna. Ele se
depara com outra vida e aquela verdade que ele acreditava deixa de existir,
pois ele decidiu explorar fora do comum.
Pois é, às
vezes sinto-me nessa caverna acreditando apenas em sobras feitas pelos outros,
assim decido sair e explorar o que há para ser explorado, mas sem deixar de
acreditar na essência da vida, Deus, como criador de tudo e em Cristo como o
redentor e filho do grande Eu Sou.
Vamos prosseguir
no questionamento sobre a Imperfeição de Deus. Deus fez tudo que existe, Deus
tudo sabe, Deus tudo pode, Deus tudo ver, Deus tudo é, tudo começa nEle e tudo
termina nEle.
Deus um
dia decidiu criar o “Homem a sua imagem e
semelhança” (Gn 1.26) e deu a ele a escolha de pecar ou não, entro aqui no
primeiro ponto:
1.
Se o homem é a imagem
e semelhança de Deus e esse homem pode escolher pecar ou não, significa que
Deus também pode escolher ser sempre santo ou também pecador? Significa que a
sua maior criação coexiste com a perfeição de ser imperfeito? E se Deus pode
pecar Ele deixa de ser Deus?
Para mim não, isso faz dele mais Deus do
que nunca, pois Ele podendo pecar escolhe ser sempre bom e santo, vence qual
quer imperfeição. Isso aproxima Deus da minha imperfeição, mas com uma
condição, Deus domina-se. Deus sabe escolher sempre o perfeito e eu tendo a
oportunidade de acertar, no entanto escolho errar e ferir a santidade do Pai.
Deus se torna perfeito na sua imperfeição.
E se Deus mudar de ideia ele pode ser
inconstante? Deus se “arrepende de ter
feito o homem” (Gn 6.6), eu posso fazer como muitos têm feito, pegar esse
versículo e não ler de forma literal, ou seja, não levar ao pé da letra e
tentar justificar com muitos argumentos que o homem procurou comparar em palavras o sentimento de Deus ao
do homem, procurar aproximar Deus do que o homem sente ao perceber que fez algo
de errado. Se assim pesares desqualifica o versículo que diz que o homem foi inspirado
por Deus para escrever a escritura, pois dá a responsabilidade das escrituras a
interpretações humanas. Limitando Deus ao mínimo saber linguístico, gramatical
do homem.
Mas posso pegar esse versículo e lê-lo
de forma literal, afirmando que Deus está dizendo: “errei por ter feito o
homem, irei destruí-lo. E como forma de corrigir um erro meu, irei deixar viver
apenas aqueles que escolherem me seguir.”
Depois de ter destruído parte da
humanidade Deus volta atrás de uma decisão sua e “nunca mais irá amaldiçoar a terra por causa do homem”, Deus
reconhece que a sua criação é imperfeita, Ele afirma, “pois o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a sua
infância” (Gn 8.21).
2.
A maior evidencia da
Imperfeição de Deus está em Jesus Cristo. O quê? IMPERFEIÇÃO EM CRISTO? Calma,
irei explicar.
Deus tudo sabe, e quando ele pensou em
fazer o homem, Ele já sabia que teria que dá seu Filho como expiação por nossos
pecados, Ele já sabia que haveria de crucificar Jesus para nos salvar, Ele já
sabia que o sacrifico de Jesus iria acontecer, seria inevitável, pois o homem que
criara iria escolher desobedecê-Lo.
Agora imagina tudo isso passando na
cabeça de Deus, se Deus não fizesse o homem ele seria na menor das hipóteses um
egoísta, um medroso, um covarde, mas Deus rapidamente encontrou em si uma forma
de corrigir seu erro. Ele escolhe fazer o homem e permite-se ser entregue para
nos salvar, ou seja, decide entregar seu “Filho
para todo que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16), isso
antes mesmo de ter realizado sua maior obra, o homem. Deus diz: “eu mesmo irei
me sacrificar para corrigir o erro que cometi”. Deus sabe que o homem é pecador
e que Ele é o culpado, sabe também que mesmo Ele sendo culpado não poderá
permitir que esse pecado entre em seu Reino, pois seu lugar é excelso em
santidade e como Criador pagará o preço do pecado para dar a esse homem a
chance da eternidade ao Seu lado, deixando agora a escolha nas mãos do homem
mais uma vez.
Em Cristo a perfeição de Deus vem
existir, em Cristo o erro vem ser corregido, em “Cristo as coisas antigas já não existirão mais tudo se fará novo”
(2Co 5.17)
Sim, somos
a imagem e semelhança de Deus, somos cheios de pecados assim como o Pai pode
pecar, atentem Ele pode pecar, mas não o faz, Ele é perfeito na sua imperfeição.
É nisso que consiste a perfeição, em ser imperfeito, em ter a escolha de fazer
o errado, mas não o fazer.
Sempre
imaginamos Deus perfeito e jamais conseguimos aceitar que Deus pode pecar, pois
o alicerce da fé de muitos está na imutabilidade do Pai, ou seja, “meu Deus é
santo, puro, é sobre todos e tudo, suas palavras jamais mudam, Ele é perfeito,
nada de errado pode acontecer com Ele, Ele jamais pode errar, jamais pode isso,
jamais pode aquilo, Deus é isso, é aquilo”. Tiago já dizia que “Deus não pode ser tentado” (Tg 1.13).
Eu poderia também pegar esse texto e não ler de forma literal, mas não pode,
pois a base da minha fé pode ser abalada.
Sim, Deus
não pode ser tentado, por tanto não significa que Ele não pode errar, assim
como os seres viventes podem, assim como o anjo de luz pode, Deus também pode.
Deus é perfeito por que sempre vence e sempre irá vencer todas as imperfeições
existentes em si, Ele é Criador de tudo. Deveria eu aprender a querer ser
perfeito e em Deus ter pleno conhecimento das minhas imperfeições, só com Ele e
nEle aprender a vencer dominando-me “aprendendo
a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata,
justa e piedosa nesta era presente...dedicado à prática de boas obras” (Tt
2.12,14), aprendendo ser perfeito dominando a imperfeição.
Quando olho
pra Jesus e vejo um Deus que tudo pode, que tudo sabe, que tudo ver, imagino
que vim a terra e morrer por todos foi muito fácil. Agora se olho para Ele e
vejo que a condição para valer seu sacrifico na cruz e salvar todos os seres
era se tornar semelhante ao homem, logo sei que a liberdade para pecar habitava
em seu ser, mas nele não foi encontrado pecado algum, isso me mostra mais uma
vez que a perfeição consiste em dominar a imperfeição e Deus como homem mostrou
que é possível vencer o pecado, isso me mostra que nele também posso.
Agora se
você volta a afirmar que Deus não pode pecar, faço dele menor que Jesus que
veio como homem, experimentou os desejos dos seres humanos e saio vencedor,
isso é Deus, vencedor das imperfeições e perfeito sobre elas.
Volto
afirmar que não estou aqui buscando inserir mais um ensinamento que levarão “as crianças para lá e para cá por qual
quer vento de doutrina” (Ef 4.14), estou me aperfeiçoando em Deus e com
Deus, pois meu desejo é “Sua aprovação e
não a de homens” (Gl 1.10). Busco aprender com Deus e não com homens. Quero
ser um líder que compreende Deus em sua plenitude e não um seguidor de mais um
religião ou ensinamento farisaico ou judaico.
Acreditar
na Imperfeição de Deus aumenta a fé que tenho em um Deus superior a tudo, um
Deus que tudo domina, um Deus que tudo pode, um Deus que não é limitado ao que
acredito ou suponho. Sigo a Deus pelo que Ele é e não pelo que pode me dá, sei
que mereço o inferno e que se eu morresse agora nada evitaria esse
acontecimento a não ser pela Sua graça alcançada na perfeição de Cristo.
Quero
terminar lhe fazendo uma pergunta: Se o grande Eu Sou mudasse de ideia sobre
salvar os homens, se ele falasse que nem um ser mais irá obter a salvação em
Cristo Jesus, o que você faria?
1. Iria questioná-Lo, confrontando-O com a Bíblia,
afrontando-O com que nela está escrito, batendo o pé afirmando que Ele não pode
ir contra o que Ele já disse por que Ele é Deus?
2. Ou falaria como o Salmista: “para onde eu irei se só Tu tens as palavras de vida eterna”
Obs.:
Tenho certeza que se leu a segunda questão e logo questionou que isso não foi o
Salmista que disse, mas sim Pedro respondendo a Jesus (Jo 6.68), logo penso,
que se Deus lhe fizesse a pergunta referida, você varia como escrito na
primeira alternativa.
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